No último dia 30, em São Paulo, aconteceu o evento de lançamento com o anúncio oficial da Xiaomi sobre sua chegada ao mercado brasileiro. A empresa chinesa pode ser novata diante de nossos olhos, mas ela já é a terceira maior fabricante de smartphones do mundo, desbancando até mesmo a gigante Apple e se tornando a número um no mercado chinês.
A empresa promete trazer uma revolução ao mercado brasileiro junto a sua
força competitiva, com um de seus enfoques no quesito preço. Mas quais os
principais diferenciais da Xiaomi e, principalmente, como pretende dominar um
mercado tão competitivo quanto o do Brasil?
A Xiaomi é uma empresa fundada em 2010 pelo também conhecido como “Steve
Jobs chinês” Lei Jun, veterano do meio, além de fundador e também atual
Mainchair da empresa de software Kingsoft. Desde então, a fabricante vem
crescendo espantosamente e quebrando recordes de venda no mercado (a exemplo do
ocorrido em julho do ano passado, na Índia, onde se esgotaram todas as unidades
do seu modelo Mi 3 em apenas cinco
segundos).
À frente da empresa também há o presidente Lin Bin, que já foi diretor
de engenharia em empresas como Microsoft e Google. E na vice presidência
internacional há o brasileiro Hugo Barra, já conhecido de muitos por ter sido
um dos rostos da Divisão Android, da Google, responsável pelo desenvolvimento
do sistema operacional, mas que, em 2013 largou a gigante para se dedicar a
então desconhecida Xiaomi. Atualmente, Barra cuida da expansão internacional da
fabricante chinesa.
A fabricante, conhecida fora da Ásia pelo simples apelido de Mi, tem
como um dos seus principais diferenciais a disponibilização de produtos de alta
qualidade por preços considerados realmente baixos. O evento de lançamento do
dia 30 de Junho foi comandado pelo próprio Hugo Barra, que fez questão de
anunciar os preços dos modelos das concorrentes antes de apresentar o principal
produto de chegada da Mi no concorrido mercado brasileiro: o smartphone Redmi
2, custando apenas R$ 499, que possui uma versão modificada do sistema Android.
Também foi anunciado no evento o lançamento da pulseira inteligente Mi Band e
bateria portátil Mi Power Bank, com preços igualmente baixos.
Hugo Barra, que deixou a Google para
se juntar à Xiaomi.
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O Brasil é o
primeiro país fora da Ásia a receber os produtos da fabricante, que está
mirando todo o mercado sul-americano. O Brasil também é o primeiro a receber a
fabricação de seus produtos fora de seu continente de origem.
Outra das investidas da Mi por aqui está em um sistema de garantia
diferente: caso seu aparelho apresente algum problema, você não precisa sequer
sair de casa para levá-lo à assistência técnica, ele será buscado e entregue em
sua casa rapidamente por motociclistas contratados pela empresa. Por enquanto o
sistema está implantado apenas no estado de São Paulo, mas segundo a Mi, a
intenção é expandir para todas as regiões do país.
Apesar de toda a excitação de quem atendeu ao evento de lançamento do
Redmi 2, houve quem ficasse decepcionado, por achar que a investida ainda era
simples e tímida, tendo em vista que a Mi tem produtos que são fortes
concorrentes contra os últimos lançamentos da Apple e da Samsung como, por
exemplo, os poderosos Mi 4 e o Mi Note, este último já tendo sido homologado
pela Anatel no último ano.
Entretanto, segundo Leo Marroig, diretor geral da Xiaomi para a América
Latina, o plano não é aparecer com apenas um único produto no Brasil e que, com
o tempo, serão inseridos mais modelos,
dependendo do clima de mercado e, claro, da demanda.
E quando se trata de demanda, a Mi mostra a que veio. Segundo a empresa,
apenas no ano de 2014 foram vendidas mais de 61 milhões de unidades de seus
produtos e apenas no primeiro semestre deste ano, outros 34 milhões de
aparelhos deixaram seus estoques.
Os baixos preços da Mi se devem, principalmente, ao fato de que suas
vendas são feitas exclusivamente pelas suas lojas online. No caso do Brasil a
empresa anunciou também a parceria com a Foxconn, de Jundiaí-SP, que ficará a
cargo da manufatura dos aparelhos, no intuito de garantir o menor custo ao
consumidor brasileiro.
A chegada da Mi com preços tão agressivos gerou uma rápida resposta da
concorrência. A exemplo da taiwanesa Asus, que logo diminuiu o preço do maior
concorrente em relação ao Redmi 2 no Brasil, o Zenfone 5, com atributos
equivalentes e custando R$ 10 a menos, além de anúncios em sua fan page, no
intuito de desbancar a forte investida da então novata.
O smartphone Redmi 2, carro chefe da chegada da Mi ao Brasil. |
Mas a Mi, mais uma vez comparável
à sua concorrente Apple, já tem fãs
fiéis no Brasil, ávidos para comprar e usufruir de seus produtos o quanto
antes. Esses fãs, chamados de Mi Fãs, já são comuns em toda a Ásia e por lá já
constituem uma comunidade com mais de 100 milhões de pessoas. E é através do
feedback deles, com o fórum MIUI, que a Mi desenvolve e aperfeiçoa seus
produtos pois, segundo a empresa “é essa mentalidade e dedicação, combinada com
o suporte de nossos Mi Fãs, que fazem os produtos da Xiaomi tão únicos.”
Grupo de Mi Fãs, assistindo a um evento da empresa. |
A chegada de mais uma empresa chinesa pode fazer alguns torcerem o nariz
devido ao grande preconceito que os produtos chineses tem enfrentado por aqui.
Mas a chegada da Mi pode esquentar e acirrar o mercado brasileiro, que já
começava a se monopolizar em torno de todas estas marcas dominantes.
Os preços acessíveis e os atributos prometidos
são tentadores e este é com certeza o maior trunfo da empresa em sua corajosa
chegada. Estaríamos diante da mais nova gigante do mercado brasileiro e
mundial?
Não retirar sem os devidos créditos
FONTE: Mi Brasil, R7, BBC, INFO, Mobile Expert, Canal Tech,
UOL
Imagens: Divulgação
Por Jô Mesquita
Revista KoreaIN
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